Cacau e estresse oxidativo

O estresse oxidativo parece ser o mecanismo subjacente comum para o desenvolvimento de disfunção endotelial. Quando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) não é balanceada por sistemas de defesa antioxidante, o estresse oxidativo gerado pode causar distúrbios funcionais do endotélio vascular, que podem levar à apoptose endotelial e, assim, alterar a função e estrutura dos tecidos vasculares.

A prevenção do estresse oxidativo é um dos principais objetivos das pesquisas cardiovasculares hoje em dia. Consequentemente, esforços consideráveis têm sido feitos nos últimos anos para a identificação de antioxidantes naturais e produtos dietéticos contendo esses compostos bioativos, que podem fornecer estratégias valiosas na prevenção do estresse oxidativo e do desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV).

Polifenóis são alguns dos fitoquímicos mais abundantes em alimentos vegetais. Evidências crescentes de estudos de coorte indicam que a ingestão de alguns desses compostos pode ajudar a reduzir o desenvolvimento de DCVs e o risco de mortalidade por DCVs. Os polifenóis abrangem várias famílias de compostos, sendo os mais presentes nos alimentos vegetais: os ácidos fenólicos e os flavonoides.

Foi comprovado que os flavonoides do cacau protegem contra o estresse oxidativo em culturas de células e modelos animais. Além disso, estudos epidemiológicos e de intervenção sugerem fortemente que o consumo de cacau tem vários efeitos benéficos na saúde cardiovascular.

As atividades biológicas dos flavonoides do cacau incluem eliminação de espécies de oxigênio ativo, prevenção da oxidação de LDL, atividade anti-inflamatória, inibição do crescimento das células tumorais, regulação das vias apoptóticas e de sobrevivência/proliferação, efeitos antidiabéticos e benefícios cardiovasculares. Todas essas propriedades tornam a fração polifenólica do cacau um candidato interessante para proteção vascular.

 

Referências:
1- Corti R, Flammer AJ, Hollenberg NK, Lüscher TF (2009) Cocoa
and cardiovascular health. Circulation 119:1433–1441

2- Rienks J, Barbaresko J, Nothlings U (2017) Association of
polyphenol biomarkers with cardiovascular disease and mortality risk: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Nutrients 9:415

3- Rodriguez-Mateos A, Vauzour D, Krueger CG, Shanmuganayagam
D, Reed J, Calani L, Mena P, Del Rio D, Crozier A (2014)
Bioavailability, bioactivity and impact on health of dietary flavonoids and related compounds: an update. Arch Toxicol 88:1803–1853

4- Martín MA, Ramos S, Mateos R, Granado-Serrano AB, IzquierdoPulido M, Bravo L, Goya L (2008) Protection of human HepG2 cells against oxidative stress by cocoa phenolic extract. J Agric Food Chem 56:7765–7772

5- Palomino OM, Gouveia NM, Ramos S, Martín MA, Goya L (2017)
Protective effect of Silybum marianum on endothelial cells submitted to high glucose concentration. Planta Med 83:97–103

6- Browne RW, Armstrong D (1998) Reduced glutathione and glutathione disulfide. In: Armstrong D (ed). Methods in molecular biology. Free radical and antioxidant protocols. Humana press, Totowa, NJ, pp 347-354

7- Martín MA, Goya L, Ramos S (2016) Anti-diabetic actions of cocoa flavonoids. Mol Nutr Food Res 60:1756–1769

8- Martins, Tatiane Ferreira, et al. “Cocoa flavanols protect human endothelial cells from oxidative stress.” Plant Foods for Human Nutrition (2020): 1-8.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top