A curcumina, o principal polifenol natural encontrado no rizoma da Curcuma longa (açafrão), é reconhecida há milhares de anos por suas propriedades medicinais e potenciais benefícios à saúde. É utilizada mundialmente em diferentes formas: como tempero, anti-séptico, anti-inflamatório, conservante ou corante e também como suplemento em cápsulas ou em pó.
Vários estudos mostraram que a maioria dos benefícios se deve às suas atividades antioxidantes e anti-inflamatórias. Além disso, a literatura também já consegue evidenciar os efeitos benéficos da curcumina em várias doenças, incluindo condições inflamatórias e degenerativas, câncer, dislipidemia, síndrome metabólica e obesidade.
Estudos realizados em humanos mostraram que a curcumina atenua a inflamação na obesidade e em doenças relacionadas à obesidade, reequilibrando o balanço entre fatores anti-inflamatórios e pró-inflamatórios, por meio de diferentes mecanismos.
A obesidade é considerada como um grande agravo na saúde e faz parte da realidade da saúde pública em todo o mundo, sendo causada pelo desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia, culminando no excesso de acúmulo de gordura no tecido adiposo. Também está associada à inflamação de baixo grau, que pode representar o principal fator entre a obesidade e o desenvolvimento e progressão de várias doenças, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e câncer.
Um artigo publicado neste ano na Nutrients sobre a temática concluiu que, de acordo com a busca e revisão bibliográfica feita com os estudos relatados na revisão, a suplementação de curcumina diminui significativamente a produção de citocinas inflamatórias e aumenta o nível de adiponectina no plasma de indivíduos obesos e com sobrepeso. Além disso, a curcumina pode regular vários alvos moleculares, incluindo fatores de transcrição (NF-kB, NLP3), vias de sinalização e outros sistemas reguladores que influenciam na “supressão/atenuação” da inflamação crônica de baixo grau.
No entanto, uma vez que a curcumina é amplamente utilizada como suplemento em todo o mundo por causa de suas propriedades de promoção da saúde, novos estudos, tanto in vitro, para definir melhor os mecanismos de ação, quanto em humanos, por meio de ensaios clínicos controlados para avaliar a real eficácia, são obrigatórios.
Referências:
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