O que são as PANCs?

As plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são definidas por espécies de plantas comestíveis nativas ou exóticas, com desenvolvimento, em grande parte, de forma espontânea, ou cultivadas em diversos ambientes e climas. Entretanto, vale ressaltar que, na maioria das vezes, por falta de conhecimento sobre as informações nutricionais das PANCs, ou de como manuseá-las, consumí-las e até mesmo a forma de cultivo, acabam sendo consideradas como “mato”, ou “erva daninha” que nascem nos canteiros.

Com grande variedade e sabor, as PANCs são indicadas para fazer parte da alimentação saudável por conterem alto valor nutritivo, ações terapêuticas e contribuirem com efeitos benéficos à saúde.

Em diversas regiões do Brasil existem pratos típicos em que as PANCs são utilizadas, como por exemplo:

– Ora-pro-nóbis em Minas Gerais: nos pratos à base de frango caipira ou carnes, em especial costelinha.

– Vinagreira no Maranhão: no famoso arroz de cuxá.

– Jambu no Amazonas e Pará: nos famosos tacacá e pato no tucupi ou no tambaqui no tucupi.

– Inhame capixaba ou o inhame-cará no Recôncavo Baiano e Zona da Mata da Paraíba, Pernambuco e Alagoas: em variados pratos, inclusive no famoso pão brote.

– Araruta na Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo: como base de quitandas e do mingau.

– Língua-de-vaca ou cariru (talinum) na Bahia e Alagoas: no famoso efó.

– Bertalha no Rio de Janeiro: no refogadinho de bertalha com ovos.

– Crem ou raiz forte no Paraná e Santa Catarina: como tempero para diversos pratos.

– Taioba em Minas Gerais: no prato angu com taioba.

Conheça um pouco mais sobre algumas PANCs abaixo:

Taioba:
A taioba pode ser encontrada, e é bem utilizada, no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Contém alto teor de fibras, carotenoides, vitamina C, ferro, cálcio, potássio, fósforo e cobre.

Para consumí-la é necessário cozinhar sob fervura por 10 minutos ou assar por 15 minutos para redução dos alcaloides, que são hepatotóxicos, neurotóxicos, imunológicos e neurotóxicos, e podem causar dor e arritmia.

Ora-pro-nóbis:
Encontrada principalmente na região Sudeste. Contém alto teor proteico, fibras, cálcio, magnésio, vitamina A, vitamina B9, vitamina C, triptofano e zinco.

Antes de ser consumida, deve ser cozida em água fervente, no vapor, ou refogada, com intuito de reduzir o teor de oxalato.

Pequi:
É um fruto encontrado tanto no centro-oeste quanto no sudeste. Contém alto teor de fibras, vitamina C, vitamina A, betacaroteno, compostos fenólicos, vitamina E, folato, riboflavina, tiamina e ácido oleico.

Para consumí-lo é importante cozinhar em fervura, no vapor, ou assá-lo por aproximadamente 15 minutos.

Referências:

1. PASCHOAL, V.; SOUZA, N.S. Plantas Alimentícias não convencionais (PANC). In: CHAVES, D.F.S. Nutrição Clínica Funcional: Compostos Bioativos dos Alimentos. São Paulo: VP Editora, 2015. Cap. 13. p. 302-323.

2. www.embrapa.br

3. PASCHOAL, Valéria; GOUVEIA, Isabela; SOUZA, N. S. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs): o potencial da biodiversidade brasileira. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, v. 68, 2016.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top