Nutrição na tireoidite de Hashimoto

A tireoidite de Hashimoto é uma das doenças autoimunes de ocorrência mais frequente, caracterizada por infiltração linfocítica e destruição do tecido tireoidiano com a presença de anticorpos contra peroxidase tireoidiana e tireoglobulina.

O nome “doença de Hashimoto” se deu em homenagem ao cirurgião japonês Dr. Hakaru Hashimoto que, em 1912, descreveu quatro casos dessa doença.

É uma doença de etiologia genética, ambiental, além de ser influenciada por fatores como gênero (é mais comum no gênero feminino) e idade, por exemplo. Os fatores genéticos incluem os principais genes de histocompatibilidade, proteínas que regulam o sistema imunológico e genes específicos da tireoide. Já os fatores ambientais incluem excesso ou deficiência de nutrientes, exposição a metais pesados, toxinas, incluindo disruptores endócrinos, como bisfenóis, ftalatos, pesticidas, dentre outros.

Os sintomas da tireoidite de Hashimoto, como em outras doenças crônicas, inicialmente não são agudos e específicos, e podem incluir: alterações de humor, depressão, problemas de concentração, pele seca, queda de cabelo, fadiga constante (mesmo depois de dormir o suficiente), alterações no peso corporal ou distúrbios intestinais.

Devido ao papel dos hormônios tireoidianos na regulação do metabolismo, a taxa metabólica de repouso em pacientes com tireoidite de Hashimoto diminui, devido a queda da função tireoidiana. Por isso, o possível aumento concomitante do peso corporal, resultante do consumo energético excessivo.

Pela relação entre excesso de peso corporal, estresse oxidativo, processos inflamatórios e autoimunes, que podem ocorrer na tireoidite de Hashimoto, é um elemento importante o cuidado com a ingestão calórica desse paciente.

Além disso, o hipotireoidismo pode estar associado a problemas intestinais, principalmente a constipação, nesse sentido, atentar-se à ingestão adequada de água e fibras é necessário.

Uma doença imuno-mediada requer uma dieta com foco no suporte do sistema imunológico no sentido de regular e minimizar os processos inflamatórios. Ademais, deve-se atentar para a ingestão adequada de energia, vitaminas e minerais, importante para o metabolismo da tireoide.

É comum observar entre os pacientes com tireoidite de Hashimoto a presença de deficiência de minerais como: iodo, ferro, zinco, cobre, magnésio, potássio e vitaminas do complexo B, além das vitaminas A, C e D.

O fator dietético tem atuação no manejo da tireoidite de Hashimoto, e não deve ser ignorado, pelo contrário, pacientes que são portadores dessa tireoidite devem procurar um acompanhamento nutricional para minimizar danos à saúde tireoidiana.

Referências:

1- Kawicka A, Regulska-Ilow B. Metabolic disorders and nutritional
status in autoimmune thyroid diseases. Postepy Hig Med Dosw 2015; 69: 80–90;

2- Manna P, Jain SK. Obesity, oxidative stress, adipose tissue dysfunction,
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3- Gibiński M, Sikora M. [Food and non-food applications of betaglucans]. Kraków; Uniwersytet Rolniczy w Krakowie; 2009.

4- Ihnatowicz, Paulina, et al. “The importance of nutritional factors and dietary management of Hashimoto’s thyroiditis.” Annals of agricultural and environmental medicine 27.2 (2020).

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