A ingestão de alimentos tem uma estreita relação com a saúde do sistema gastrointestinal, que é responsável por toda a passagem e digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e também possui a finalidade de excreção de compostos. Ou seja, a alimentação e o trato gastrointestinal estão intimamente ligados.
Durante o jejum, o trato gastrointestinal exerce atividade cíclica, alternando entre períodos de repouso e períodos de intensa atividade motora e secretora, devido à propulsão de resíduos do lúmen do intestino delgado para o cólon.
Com o início de uma refeição, o sistema digestivo é estimulado, levando à ativação do processo digestivo, e mesmo antes da ingestão, ele inicia uma série de procedimentos preparatórios que, em condições normais, estão associados à sensação de recompensa antecipada (por exemplo, a antecipação do desejo pela comida estimula a secreção salivar e gástrica).
A ingestão de alimentos e a deglutição ativam as respostas orofaríngeas e esofago-gástricas (salivação, peristalse esofágica e relaxamento receptivo gástrico), e as paredes do estômago que estão contraídas e praticamente colapsadas durante o jejum, recebem uma indução a um relaxamento ativo (acomodação gástrica) com a chegada da refeição.
Uma contração gradual do estômago durante a fase pós-prandial empurra o conteúdo para o intestino delgado, e assim, as atividades do estômago e do intestino delgado se adaptam às exigências do processo digestivo, de modo que o alimento é digerido e posteriormente absorvido por uma sequência de processos físicos e químicos complexos que começam na boca e se estendem até o íleo terminal.
Os resíduos não absorvidos chegam ao cólon e servem como substrato para a microbiota intestinal. Dessa forma, o cólon contém uma biomassa formada por microbiota, resíduos de refeições e produtos metabólicos secundários em uma cadeia dinâmica de reações metabólicas.
A experiência pós-prandial envolve sensações homeostáticas (saciedade, plenitude) com dimensão hedônica (bem-estar digestivo, humor). Apesar de seu potencial papel na construção de dietas e de hábitos alimentares saudáveis, tais fatores que determinam a experiência pós-prandial ainda são pouco compreendidos.
Dados atuais sugerem que as características da refeição (quantidade, palatabilidade, composição), a atividade do sistema digestivo (processamento adequado) e a receptividade do indivíduo, influenciada por múltiplos fatores condicionantes, podem ser relevantes e ter relação nesse contexto.
No instagram do WebDiet, fizemos um post especialmente direcionado para a conscientização sobre a importância de uma boa saúde digestiva. Confira aqui.
Referências:
1) Livovsky, Dan M., Teorora Pribic, and Fernando Azpiroz. “Food, eating, and the gastrointestinal tract.” Nutrients 12.4 (2020): 986.