A resistência à insulina é definida como a incapacidade do tecido alvo em responder de forma adequada aos níveis normais de insulina. Portanto, nesse caso, são necessários níveis mais altos do que o normal de insulina para manter as funções normais.
A insulina é um regulador fundamental dos processos anabólicos. No metabolismo da glicose, após a ingestão de carboidrato, os níveis de glicose no plasma atingem um nível limiar que estimula a secreção de insulina pelas células β pancreáticas.
Em circunstâncias normais, essa insulina promove a captação de carboidratos pelos principais locais de armazenamento e consumo, como tecido adiposo e músculo esquelético.
Além disso, a insulina suprime a produção hepática de glicose, inibindo a expressão de genes gliconeogênicos e a lipólise no tecido adiposo. A insulina também suprime a secreção de glucagon das células pancreáticas e reduz o apetite através do sistema nervoso central.
Já em condições de resistência à insulina, os órgãos alvo não respondem da forma correta à insulina. Essa resposta defeituosa prejudica a utilização da glicose, resultando em um aumento compensatório da produção de insulina pelas células pancreáticas e hiperinsulinemia.
A progressão dessa condição pode levar ao desenvolvimento de doenças como síndrome metabólica, doença hepática gordurosa não alcoólica, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2.
O tratamento da resistência à insulina ocorre por meio de intervenções de estilo de vida, como dieta com restrição calórica, redução de carboidratos de alta carga glicêmica e aumento de fibras, além da prática de exercícios físicos. Em casos mais avançados existem também intervenções farmacológicas, que precisam ser avaliadas com o médico responsável.
Referências:
1) Lee SH, Park SY, Choi CS. Insulin Resistance: From Mechanisms to Therapeutic Strategies. Diabetes Metab J. 2022 Jan;46(1):15-37. doi: 10.4093/dmj.2021.0280. Epub 2021 Dec 30. PMID: 34965646; PMCID: PMC8831809.
2) Body Recomposition: Can Trained Individuals Build Muscle and Lose Fat at the Same Time?. Strength and Conditioning Journal: October 2020 – Volume 42 – Issue 5 – p 7-21 doi: 10.1519/SSC.0000000000000584