A doença celíaca é uma desordem autoimune mediada pelas células T que atacam a transglutaminase tecidual em resposta à fatores ambientais. Essa desordem provoca danos à mucosa intestinal, atrofia das vilosidades do intestino e aumento da permeabilidade intestinal, o que provoca má absorção dos nutrientes.
A doença acomete indivíduos geneticamente predispostos e é desencadeada por um gatilho externo. O principal gatilho externo para a doença celíaca e outros distúrbios relacionados é o glúten.
O glúten apresenta como característica uma digestão mais difícil, isso porque a gliadina (proteína que compõe o glúten) apresenta altos teores de aminoácidos (prolina e glutamina) que as proteases não são capazes de clivar.
Nos pacientes suscetíveis para a doença celíaca, os resíduos dessa digestão incompleta do glúten interagem com o epitélio intestinal e ativam a resposta imune mediada pelos linfócitos T.
Os sintomas da doença podem ser gastrintestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, constipação entre outros, e extraintestinais, provocando anemia (deficiência de ferro, ácido fólico e/ou B12), dermatite ou até sintomas neurológicos.
Referências:
1) Serena G, D’Avino P, Fasano A. Celiac Disease and Non-celiac Wheat Sensitivity: State of Art of Non-dietary Therapies. Front Nutr. 2020 Sep 8;7:152. doi: 10.3389/fnut.2020.00152. PMID: 33015123; PMCID: PMC7506149.
2) BIESIEKIERSKI, Jessica R. What is gluten?. Journal of gastroenterology and hepatology, v. 32, p. 78-81, 2017.