As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) são doenças crônicas e incluem a doença de Crohn e colite ulcerativa, que cometem indivíduos geneticamente suscetíveis. Nas DIIs, ocorre uma resposta imune exagerada a um estímulo normal, como alimento ou componentes da microbiota intestinal.
A doença de Crohn pode acometer qualquer parte do sistema gastrointestinal. Essa condição inclui manifestações como ulceração transmural, lesões em saltos, abscessos, fístulas e obstrução da luz intestinal. Além disso, podem ocorrer outras manifestações extraintestinais, como artrite e estomatite aftosa. O diagnóstico médico é feito de acordo com as informações da anamnese e nos resultados de exames endoscópicos e outros exames de imagem. Os sintomas comuns são perda de peso, diarreia não sanguinolenta e piora no estado nutricional.
Já a colite ulcerativa é uma condição que envolve sempre o reto, podendo se estender até o sigmóide, ou incluir todo o cólon até o ceco. O diagnóstico é feito de acordo com as informações da anamnese e nos resultados de exames endoscópicos e outros exames de imagem. As manifestações são lesões contínuas, limitadas à mucosa e que levam a edema, úlceras, sangramentos e perda de eletrólitos. Também são observadas manifestações extraintestinais na pele, olhos e ossos, e sintomas como diarreia sanguinolenta com ou sem muco, tenesmo, sensação de evacuação incompleta e dor abdominal, além da piora do estado nutricional.
Como estratégia nutricional para as doenças inflamatórias intestinais é importante investigar possíveis deficiências de vitaminas (ácido fólico, B6, B12 e vitamina D), minerais (zinco, selênio e potássio), aumentar o consumo de ômega 3 e realizar uma estratégia pontual de baixos teores de FODMAPs (diminuição durante 3 a 6 semanas iniciais e retorno gradual do consumo). Ademais, pequenas refeições durante o dia e maior consumo de vegetais e frutas podem auxiliar no tratamento.