A vitamina A é um nutriente essencial, pois atua na manutenção da visão e das funções imunes, além de ageir como antioxidante (combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento e estão associados à algumas doenças), e atuar no crescimento e desenvolvimento, entre outros.
A vitamina A é encontrada em alimentos de origem animal como: vísceras (principalmente fígado), gemas de ovos e leite integral e seus derivados (manteiga e queijo).
A carência desse micronutriente pode ocasionar anemia, déficit de crescimento, baixo desempenho cognitivo, comprometimento do sistema imunológico, cegueira noturna e aumento e gravidade de infecções.
Pré-escolares e mulheres grávidas constituem os segmentos mais vulneráveis à deficiência de vitamina A, devido ao aumento das demandas nutricionais e à gravidade das possíveis consequências associadas a saúde. Assim sendo, o combate à deficiência é considerado crucial para sobrevivência, para o bem-estar e para o adequado crescimento e desenvolvimento da criança.
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A consiste na suplementação para crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto, por não atingir, através da alimentação, a quantidade diária necessária para prevenir a deficiência dessa vitamina no organismo.
No Brasil, a deficiência de vitamina A foi considerada um problema de saúde pública, sobretudo na Região Nordeste, e em alguns locais da Região Sudeste e da Região Norte. Contudo, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006) traçou o perfil das crianças menores de 5 anos e da população feminina em idade fértil no Brasil e apontou que o problema se estende para todas as regiões brasileiras.
Atualmente, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), em pesquisa com Ministério da Saúde e em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a carência de vitamina A apareceu em apenas 6% dos casos estudados, representando uma redução de 65,5% se comparado a 2006 (17,4%).
Os quadros mais elevados de deficiência de vitamina A foram encontrados nas regiões Centro-Oeste (9,5%), Sul (8,9%) e Norte (8,3%). O Sudeste teve a menor prevalência nacional de carência dessa vitamina (4,3%). Não houve diferenças significativas nesse indicador entre crianças de 6 a 23 meses (6,4%) e de 2 a 5 anos (5,9%).
Referência:
1) Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
2) LIMA, Daniela Braga; DAMIANI, Lucas Petri; FUJIMORI, Elizabeth. Deficiência de vitamina A em crianças brasileiras e variáveis associadas. Revista Paulista de Pediatria, v. 36, n. 2, p. 176-185, 2018.
3) PEDRAZA, Dixis Figueroa. Deficiência de vitamina A em crianças brasileiras menores de 5 anos: revisão sistemática. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., Recife, v. 20, n. 3, p. 667-679, set. 2020.