Em nossa postagem sobre Adoçantes no controle do peso corporal, discorremos sobre os adoçantes e como eles podem ser possíveis aliados no processo de reeducação alimentar dos pacientes que estão reduzindo o consumo de açúcar, bem como daqueles que buscam emagrecer.
Dentre os mais utilizados, um adoçante natural que ganhou destaque nas prescrições dos nutricionistas foi a estévia.
Se trata de uma substância naturalmente doce e não calórica, produzida a partir das folhas do arbusto sul-americano Stevia rebaudiana. Apesar do seu leve amargor natural no paladar, a estévia possui a capacidade de adoçar 200-400 vezes maior que o açúcar (comparando quantidades semelhantes) e se apresenta como uma alternativa mais “natural” para substituí-lo.
Investigando o uso da estévia, a literatura científica já traz algumas evidências. Diante disso, destacamos conclusões feitas por três trabalhos:
Em 12 pacientes com diabetes Tipo 2 (onde cada paciente recebeu os dois tipos de tratamento) que ingeriram uma refeição padronizada contendo 1g de esteviosídeo, ou 1g de amido de milho (controle), o grupo que consumiu stevia teve uma diminuição no nível de glicose pós-prandial de, em média, 18%; níveis circulantes de insulina com tendência aumentada e aumento significativo de 40% no índice insulinogênico (AUCi, Insulina/AUCi, glicose).
(Gregersen Et al. Metabolism, 2004)
Em 19 indivíduos saudáveis e 12 obesos, que receberam uma refeição pré-almoço ou jantar, contendo stevia (290kcal), aspartame (290kcal) ou sacarose (493kcal), não realizaram uma compensação calórica comendo mais no almoço ou jantar; menor nível de glicose pós-prandial pra quem consumiu stevia pré-refeição comparado a sacarose e menores níveis de insulina pós-prandial comparado ao grupo de aspartame e sacarose.
(Anton Et al. Appetite, 2010)
Um grupo de 30 homens saudáveis recebeu, no meio da manhã, uma bebida de teste adoçada com aspartame, monk fruit, stevia ou sacarose. O consumo ad libitum do almoço foi significativamente maior para quem consumiu adoçante artificial ou natural, em comparação com a sacarose, sem diferença no consumo calórico total diário entre os tratamentos.
(Tey Et al. International Journal of Obesity, 2017)
A estévia parece ser uma alternativa viável em planejamentos com objetivo de reduzir calorias e açúcares, e também em situações que tal restrição se faça necessária, como no diabetes.