Os adoçantes artificiais de baixa ou nenhuma caloria têm, em compensação, uma intensidade de doçura por grama maior do que outros adoçantes, como o açúcar de mesa e suas derivações (a exemplo dos xaropes), que contém calorias.
Eles são encontrados em diversos alimentos processados e ultraprocessados, principalmente, em alimentos caracterizados como “diet” ou “light”. Sendo conhecidos também como edulcorantes.
Devido ao seu potencial de adoçar maior do que o açúcar, os adoçantes artificiais de baixa ou nenhuma caloria podem ser utilizados em quantidades menores e atingir o mesmo nível de doçura. Também no lugar do açúcar e seus derivados, esses adoçantes podem ser usados a fim de diminuir o consumo de glicose propriamente dita, bem como para controlar melhor a glicemia, em casos de pessoas pré-diabéticas e diabéticas.
Dentre os adoçantes reconhecidos como seguros e que são mais comumente encontrados no uso do dia a dia, temos: Aspartame, Sacarina, Acessulfame-K, Sucralose, Neotame, Advantame, Estévia e “Monk Fruit”.
Pode-se esperar que o uso de tais adoçantes contribua para os objetivos das recomendações internacionais em diminuir a ingestão de açúcar e reduzir a prevalência de sobrepeso e obesidade. Porém, seu papel tem sido contestado tanto em bases empíricas, quanto teóricas. Algumas evidências de estudos observacionais, por exemplo, trazem a proposta de que a exposição à doçura sem calorias interrompe o controle do apetite e que tal exposição aumenta a preferência por itens doces e calóricos na dieta.
Buscando responder a essas perguntas, uma meta-análise publicada neste ano (2020) incluiu, em sua revisão, 60 artigos publicados sobre a temática. Nos quais os adoçantes foram avaliados e comparados com açúcar, com água e/ou nada. E também se sua administração em cápsulas (evitando a exposição com o sabor doce) teria algum efeito comparado com cápsulas de placebo.
As conclusões desse trabalho entram em concordância com os resultados de três revisões anteriores, que encontraram evidências de que o consumo de adoçantes reduz o peso corporal, em comparação ao consumo de açúcar (através da diminuição da ingestão energética).
Em contraste, não houve evidências claras de efeitos sobre o peso corporal ou ingestão energética em comparação com o consumo de água e/ou nada. Houve diferenças substanciais nos resultados entre os estudos avaliados. Portanto, pesquisas adicionais sobre essa questão são necessárias. Também não houve evidência geral de um efeito dos adoçantes consumidos em cápsulas, em comparação a cápsulas de placebo.
A evidência de estudos de intervenção humana apoia o uso de adoçantes de baixa ou nenhuma caloria no controle de peso. Isso, principalmente, pela restrição da quantidade de açúcar adicionado, que é reduzido na alimentação.
Referências:
Rogers, Peter J., and Katherine M. Appleton. “The effects of low-calorie sweeteners on energy intake and body weight: a systematic review and meta-analyses of sustained intervention studies.” International Journal of Obesity (2020): 1-15.