A menopausa é caracterizada pela cessação permanente da menstruação por 12 meses, resultante da deficiência de estrogênio e não está associada a uma patologia.
É um processo fisiológico normal em mulheres mais velhas, com idade média de 51 anos, onde o número de folículos primários ovarianos diminui rapidamente, de forma que há quantidades inadequadas para responder aos efeitos do FSH. Com isso, não há o pico de LH e a ovulação não acontece, causando redução da produção de estrogênio e interrupção da menstruação.
A maioria das mulheres apresenta sintomas vasomotores, mas a menopausa afeta também outras áreas do corpo, como urogenital, ossos, psicogênica (causando raiva, irritabilidade, ansiedade, distúrbios do sono, entre outros) e cardiovascular.
Além disso, a menopausa está associada ao aumento da prevalência de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e osteoporose. Por esses motivos, é necessário direcionar uma atenção à saúde de mulheres na menopausa e contrabalancear os efeitos negativos da deficiência de estrogênio no bem-estar dessas pacientes.
Entre as estratégias de promoção da saúde e adaptação do estilo de vida no período pós-menopausa, os hábitos alimentares são essenciais porque dizem respeito a todas as mulheres e impactam na melhor qualidade de vida.
Abaixo estão algumas estratégias que podem ser adotadas como forma de minimizar os principais sintomas da menopausa:
– Proteína dietética:
O envelhecimento naturalmente aumenta as necessidades proteicas, pois os músculos esqueléticos reduzem a capacidade de ativar a síntese de proteínas em resposta a estímulos anabólicos, possivelmente devido à resistência à insulina. Por isso, é importante avaliar o aumento do consumo dietético de proteínas em mulheres na menopausa.
– Padrão alimentar mediterrâneo:
Esse estilo de padrão alimentar por apresentar maior consumo de vegetais, frutas, carboidratos não refinados, peixes, etc, atua no estresse oxidativo, inflamação e resistência à insulina, que são considerados fatores de risco para o catabolismo muscular. Os componentes dessa dieta têm sido associados a melhores medidas musculares em mulheres na pós-menopausa.
– Cálcio e vitamina D:
A diminuição da densidade mineral óssea acompanha o envelhecimento e relaciona-se com o declínio das concentrações dos hormônios reprodutivos. Diversos estudos mostram a importância de uma ingestão adequada de cálcio e vitamina D para melhor densidade mineral óssea e prevenção de osteoporose e fraturas em populações mais velhas.
Além disso, outros nutrientes como carotenoides, selênio, vitamina K e vitamina C apresentam relação com a densidade mineral óssea, sendo a sua ingestão adequada, importante na prevenção de osteoporose e fraturas em mulheres na menopausa. Também é importante avaliar a necessidade de suplementação desses nutrientes.
– Polifenóis e ácidos graxos ômega 3:
Esses compostos apresentam propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, e, devido à essas propriedades, esses nutrientes representam um padrão nutricional ideal na menopausa.
Os compostos fenólicos estão presentes no azeite de oliva extravirgem, cereais integrais, nozes, legumes, vegetais e frutas, já o ômega 3 é encontrado em peixes e algumas sementes (chia e linhaça).
– Diminuir/limitar/excluir o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e outros tipos de fumo.
Em resumo, um padrão alimentar de dieta mediterrânea em conjunto com hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercícios físicos, podem ser uma estratégia importante para atenuar os principais sintomas da menopausa, além de garantir melhor qualidade de vida para essas mulheres.
Referências:
1) Peacock K, Ketvertis KM. Menopause. [Updated 2022 Aug 11]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK507826/
2) Silva TR, Oppermann K, Reis FM, Spritzer PM. Nutrition in Menopausal Women: A Narrative Review. Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149. doi: 10.3390/nu13072149. PMID: 34201460; PMCID: PMC8308420.
