A relação entre a saúde mental, nutrição e estilo de vida é complexa e intrincada. Como nutricionistas e profissionais da saúde, nosso papel não se limita apenas a prescrever dietas, pois também somos responsáveis por apoiar a saúde mental de nossos pacientes e guiá-los na busca pela melhora de hábitos. Afinal, corpo e mente estão interligados de maneira profunda, e o que comemos desempenha um papel fundamental em nossa saúde emocional assim como o que fazemos diariamente. Algumas simples estratégias e abordagens podem ser capazes de promover não apenas um corpo saudável, mas também uma mente equilibrada, e falaremos mais afundo sobre a seguir.
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Educação nutricional:
Uma das estratégias mais eficazes para cuidar da saúde mental dos pacientes é fornecer educação nutricional adequada. É fundamental que os pacientes compreendam a relação entre sua alimentação como um todo, suas escolhas alimentares e seu bem-estar emocional.
Diversos hábitos e pensamentos construídos a partir de mitos populares podem ser destrutivos a longo prazo e podem impactar gravemente na relação dos pacientes com a alimentação. Reserve sempre que possível um espaço do seu atendimento para tirar dúvidas, fornecer orientações e desmistificar o necessário para seus pacientes.
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Alimentação balanceada:
Uma alimentação balanceada não deve atender apenas aos objetivos estéticos dos seus pacientes, mas também sua saúde como um todo. Nutrientes como ácido fólico, zinco, magnésio e ômega 3, por exemplo, possuem potencial correlação com o estado de saúde mental e cognitiva, e por isso devem receber atenção assim como todos os outros. Priorize construir um planejamento real e palpável com seu paciente, onde acima de tudo ele consiga ter adesão e galgar em direção aos seus objetivos de forma real e sólida. Isso evitará potencialmente desfechos negativos como frustração ou até um mal relacionamento do mesmo com a própria alimentação.
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Hidratação adequada:
A desidratação pode afetar o funcionamento cognitivo e emocional. Certifique-se de que seus pacientes estejam cientes da importância da hidratação adequada. Encoraje-os a beber água regularmente e a limitar o consumo de bebidas açucaradas ou com cafeína em excesso, que podem prejudicar o equilíbrio emocional favorecendo um aumento do estado inflamatório, o que é negativo para diversos quadros de saúde e saúde mental, e também a ansiedade.
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Alimentação com menor índice inflamatório e rica em antioxidantes:
Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas, vegetais e hortaliças, grãos integrais e oleaginosas, podem ajudar a reduzir o estresse oxidativo no corpo, que está relacionado a problemas de saúde mental. Incentive seus pacientes a incluir uma variedade de alimentos coloridos em sua dieta para obter um espectro completo de antioxidantes.
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De olho nos prebióticos e probióticos:
A saúde intestinal está intimamente ligada à saúde mental. Alimentos probióticos, como iogurte, kefir e alimentos fermentados, podem promover uma microbiota intestinal saudável, que por sua vez pode influenciar positivamente o humor e a ansiedade. Discuta a importância desses alimentos com seus pacientes e, se necessário, recomende suplementos probióticos. Além disso, alimentos fontes de fibras são fundamentais por servirem de substrato para o desenvolvimento de uma microbiota saudável. Bons alimentos incluem grãos integrais, cereais, sementes, frutas e vegetais.
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Evitar alimentos processados:
Alimentos processados, ricos em açúcares refinados, gorduras saturadas e aditivos químicos, podem ter um impacto negativo na saúde mental. Eles podem causar impactos negativos na glicemia, aumentar o estresse oxidativo e inflamação, que estão ligadas a problemas de saúde mental e de saúde de uma forma geral. Ajude seus pacientes a identificar e evitar esses alimentos, optando por alimentos minimamente processados e in natura.
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Rotina de exercício físico:
A prática de exercício físico regular é uma estratégia poderosa para melhorar a saúde mental. Explique aos seus pacientes que o exercício pode auxiliar não só na saúde física como também ser um potente remédio na prevenção e manejo da ansiedade, depressão e outras comorbidades psiquiátricas. Além disso, o exercício também pode ser importante aliado no manejo do estresse, o que contribui para a saúde mental. Sempre que possível colabore com profissionais de educação física a fim de promover para seus pacientes um acompanhamento adequado.
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Planejamento e organização de refeições:
A rotina e o planejamento de refeições podem ser essenciais para manter uma alimentação saudável. Auxilie seus pacientes a estabelecer horários regulares de refeições e a planejar suas refeições e lanches com antecedência. Isso pode evitar escolhas alimentares impulsivas e garantir que recebam os nutrientes de que precisam.
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Gerenciamento do estresse:
O estresse crônico pode afetar negativamente a saúde mental e levar a escolhas alimentares inadequadas. Ensine técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, ioga e mindfulness. Essas práticas podem ajudar seus pacientes a lidar melhor com os desafios emocionais sem recorrer a alimentos não saudáveis como válvula de escape.
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Monitoramento do progresso:
Acompanhe o progresso de seus pacientes no que diz respeito à saúde mental e à alimentação. Estabeleça metas realistas e ajude-os a registrar seu consumo alimentar, humor e sintomas. Esse acompanhamento contínuo permite ajustar as estratégias conforme necessário e celebrar conquistas ao longo do caminho, auxiliando cada vez mais na construção de uma relação saudável entre seu paciente e sua alimentação.
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Encorajamento e apoio:
Por último, mas não menos importante, forneça um ambiente de apoio e encorajamento. Esteja disponível para ouvir as preocupações e desafios de seus pacientes. Lembre-os de que a jornada para a saúde mental e uma dieta equilibrada pode ser difícil, e que pequenos passos na direção certa são significativos.
Lembre-se de que cada paciente é único, e as estratégias de cuidados com a saúde mental podem variar de pessoa para pessoa. É fundamental adaptar as abordagens de acordo com as necessidades e preferências individuais de cada paciente. Busque se possível trabalhar em conjunto com outros profissionais de forma integrativa como psicólogos, psiquiatras e educadores físicos, dessa maneira o cuidado do seu paciente será ainda mais completo.
Cuidar da saúde mental dos pacientes é uma parte crucial da prática nutricional. Ao integrar estratégias para promover uma alimentação saudável e equilibrada com o apoio à saúde mental, os nutricionistas desempenham um papel vital na melhoria da qualidade de vida de seus pacientes. Lembre-se de que a nutrição não se trata apenas de números e nutrientes, mas também de emoções e bem-estar. Ao adotar abordagens holísticas que abordam a conexão entre mente e corpo, você como profissional pode verdadeiramente fazer a diferença na vida de seus pacientes.
Referências:
- Popkin, Barry M., Kristen E. D’Anci, and Irwin H. Rosenberg. “Water, hydration, and health.” Nutrition reviews 68.8 (2010): 439-458;
- Haghighatdoost, Fahimeh, et al. “Drinking plain water is associated with decreased risk of depression and anxiety in adults: Results from a large cross-sectional study.” World journal of psychiatry 8.3 (2018): 88;
- Muscaritoli, Maurizio. “The impact of nutrients on mental health and well-being: insights from the literature.” Frontiers in nutrition (2021): 97;
- Grajek, Mateusz, et al. “Nutrition and mental health: A review of current knowledge about the impact of diet on mental health.” Frontiers in Nutrition 9 (2022): 943998.
